Johnson

Maldito é o homem que confia em outro homem
Dar visão a cego é o pior erro que se pode cometer
Premeditaram nosso futuro desde o início
Prejudicados desde sempre
E isso não é muito difícil de se entender o porquê
É que quem tinha poder lá no início nunca se importou de verdade
Com os milhares que iriam padecer
Se fuder
Eu falo milhares porque são incontáveis
O número de pessoas que nós vemos se perder
É mesmo de fuder
Falam de preto, índio, branco, pobre
Excluídos que lutam uma guerra
Que uns morrem sem ao menos entender
Nos chamam marginais
Somos marginais
Nos chamam marginais

Homens animais
Nos querem presos atrás de grades
Sem sorriso, nem paz
Somos marginais
Somos marginais
Marginais
Somos marginais

Assim como Racionais
Somos originais
Fragmentos do que restou
Do que quebrou há anos atrás

Kartola

Passando mó sufoco pra viver um sonho
Sem pensar em retorno
Menino cê tá louco
Pondo ao vento o seu suor
E até que tem talento
Dinheiro que só sai do bolso
Dobra o desempenho
Sei que só depende de mim
Quantas vezes eu cai
Quem me levantou?
Quem me levantou?
Corro por quem tá comigo
Olhe por nós, senhor
Se essa merda vira vão me chamar de amigo
Dizer que sempre acreditou
Mas sempre duvidou
Não tô pra pagar simpatia
Parem de KO
Parem de KO
Não há Salvador da Pátria
Cês pensam que Pedro foi herói?
Bonzinho descobridor?
Terra rica
Nossa herança já deixou
Homem branco, oportunista
Mão armada, assaltei-o
Apagaram a nossa história
Nós somos o fragmento que restou.