Nesta charla de fronteira
Vou abrindo essas “porteira”
– Com alma de colibri –
Pra falar dum moda “véia”
Que é a figura mais gaudéria
Que já cruzou por aqui!

No queixo do missioneiro
Um barbicacho grongueiro
De dente de javali...
Uma bombacha de “dois pano”
E um sombrero “casteiano”
De “arribá” boi no Ijui!

De certo valia plata
A fivela da guaiaca,
Que é de presa de cachaço...
Um retrato – dos “antigo” –
Que sempre cargo comigo,
Nas ânsias de um índio macho!

E hoje arreglei na vaneira
A moda mais galponeira
Pra sacar o meu chapéu,
Pr´este Rio Grande – na estampa –
Que esbarrou um bragado pampa
Ao se “ensepar” lá no céu!

Peguei só gaita e pandeiro
Para o resmungo campeiro
Mais pachola de se “ouví”...
E abro a cancela do peito
Pra este verso de respeito,
Relembrando o Seu Dori!

Quem tem vergonha e bigode
Tem sempre um santo que acode
Na hora que “percisá”:
Um nagão – cabo de ouro –
E um facão marca pandolfo,
Se acaso o santo “faiá”!

Misto de terra e fumaça
Que guarda o cerne da raça
No picumã dos galpões,
Foi um pajé guarani
Que “plantô” o “véio” Dori
No coração das missões!

E se um dia o Tupã da raça
Quiser erguer da fumaça
Mais algum outro Sepé...
Digo certo, sem mentí,
Que ressuscita o Seu Dori...
...Cá dos barros da Caibaté!!!