Pela estrada, algum silêncio
- volta e meia – ganha idioma
e essa voz, por temporona,
vai compor a tarde, enfim.
São cascos tocando a terra
ou qualquer tropa, que berra,
minguando o caminho assim.
- Volta e meia – na ramada
d’um ranchito deste mundo,
alguém suspira profundo
com o olhar sobre o rincão.
...Gasta o fumo e gasta a hora...
Pois, não sabe ir campo à fora
sem levar a solidão.
Os mansos presos à soga,
vez em quando, estão atentos
à qualquer sopro de vento
que varre todo o potreiro.
Não é cisma, nem assombro
quem jamais inchou o lombo
- volta e meia – andar matreiro.
- Volta e meia – algum crioulo
da querência mais florida,
cura as dores d’outras lidas,
encilhando, num relance.
E, no más, mesmo negando,
vai pra’o povoado, assoviando
versitos do seu romance.
As porteiras do rincão
se fecham ao corredor…
...É vazio o parador
- já sem conta e sem rodeio -
Volta e meia, o sol que arde
judia e mostra que é tarde
ver o rastro d’onde veio.
- Volta e meia – nos galpões,
as cordeonas contra os braços
vão extraviando pedaços
dos silêncios interiores.
...É quase um canto antigo
que renasce e ganha abrigo
na alma dos tocadores!…