Mirando os nichos de cascos na estrada
Encharcados de água da chuva com vento
Relinchos, mugidos e gritos de eira
Revivem a saga tropeira de um tempo
No ciclo da historia do “cruzo” das tropas,
Na cinza em borralhos marcou este chão
E ao tanger da viola no timbre do aço
Ressoam saudades que ao longe se vão

Relembro os pioneiros da terra da gente
Os rudes tropeiros de fibra e raiz
Que a “pulso de peão” se uniram na essência
E ergueram a Cruz Alta, de um povo feliz!

Me ajusto aos campeiros que vem na culatra
Repontando anseios que a lida produz
Se “afrouxa a tropa” em Benjamin Nott
Que os livros relatam foi “pouso da cruz”
Lá na comitiva eu vejo os “Birivas”
Fundando o povoado por seus ideais
Pois hoje o madeiro é pedra e cimento
na simbologia dos dias atuais
Nas reminiscências desses condutores
Eu sigo o ponteiro nos rumos do ofício
A “tropa estendida” se vai pelo asfalto
Cruzando a cidade por entre edifícios
As mulas cargueiras retratam o passado
E em frente a “Santinha” eu tiro o chapéu
Em prece agradeço a quem foi tropeiro
Das mãos calejadas de mango e sovéu