No Clarão da lua cheia,
Que me pego volta e meia
Numa certa pulperia
E me faço guitarreiro
Porque a filha do pulpeiro
É a estrela que me guia
Ao pulpeiro peço um trago
Mas que seja dos amargos
Porque doce é quem me encanta
Quando vejo a flor do pago
O amargo deste trago
Não me queima na garganta
Eu espero que a lua
EnfeiƟce esta xirua
Pelo som de uma toada
Dedilhando os meus segredos
Quase sempre sobra um dedo
Numa corda arrebentada
Por debaixo da pestana
Qual ferrão de lichiguana
Que a trigueira me provoca
Quando a lua então se borda
Só me basta cinco cordas
“Pra” encantar esta chinoca
Qualquer hora me resolvo
Só por conta do retovo
Deste amor que me golpeia
Num galope sem barbela
“Inda róbo” esta donzela
No clarão da lua cheia