UMA VALSA EM PRETO E BRANCO – SÔNIA MARA / CARLOS CIRNE

UM DEDILHAR DE VIOLÃO SE FEZ SILÊNCIO,
NUM CORAÇÃO QUE FOI CACIMBA DE POESIAS,
UMA CANÇÃO INACABADA PERDE AS RIMAS,
QUANDO AS ESTROFES SE COMPÕEM DE NOSTALGIAS!

CHORA A SAUDADE NO CANTAR DAS COTOVIAS,
E AS MELODIAS VESTEM LUTO NO MEU CANTO...
EM MEIO AO PRANTO BROTA EM MIM ESTE POEMA,
E COMO TEMA UMA VALSA EM PRETO E BRANCO!

ALÉM DO HORIZONTE NÃO É SIMPLESMENTE
A AURORA DO DIA QUE ESTÁ PRA NASCER...
É UM LUGAR NO INFINITO, BONITO E TRANQUILO,
ONDE OS OLHOS DA ALMA PERMITEM TE VER...
VEJO TEU ROSTO, TEU SORRISO LARGO,
NUM GESTO DE AFAGO, NA PAZ QUE HÁ EM TI...
MOMENTO TERNURA EM TEMPO E ESPAÇO,
É VER TEU ABRAÇO ENCONTRANDO O DARCY!

UM CORO DE ANJOS A CANTAR CIRANDA,
ETERNIZAM VERSOS DE TUAS CANTIGAS...
DE ASAS ABERTAS ENFEITAM UM RANCHO,
A NOVA MORADA ONDE HOJE TE ABRIGAS!

SAUDADE DE LUIZ MENEZES... POETA DO QUARAÍ...
COMPANHEIRO DO DARCY QUE EU ESCUTEI TANTAS VEZES...
A MESMA ÂNSIA DE AMORES, O MESMO INSTINTO HARAGANO,
O MESMO CUIDADO HUMANO DE NUNCA PISAR NAS FLORES...
MESMA POSTURA ANTE AS DORES QUE PADECE A HUMANIDADE,
A MESMA SIMPLICIDADE DE NÃO SER MAIS QUE NINGUÉM...
MESMA CORAGEM TAMBÉM, DE AFRONTAR A PREPOTÊNCIA,
E O MESMO APEGO À QUERÊNCIA, QUE A GENTE QUER TANTO BEM!

PIAZITO CARRETEIRO...