Até Jesus perdeu a vida, e quem mandou foi o estado

Quem matou foi uma cruz, junto a lança de um soldado

Preto, pobre e favelado, nasceu no celeiro

Tinha mais preparo, do que quem tinha dinheiro

Anarquista quanto as leis que ainda oprime o povo

E se voltasse hoje, ceis matava ele de novo

O primeiro a ser morto, contam histórias, não os fatos

De lá pra cá o povo segue sendo segregado

Sempre condenado, falam cor do pecado

De novo no enquadro o polícia diz que é trabalho

Eu juro to cansado, pro sistema caça é esporte

Cachorro fardado vem do inferno e cheira morte

Faltava esperança, ela e a última que morre

Junto com nossas crianças que eles atiram por robby

Nóis tinha que ser forte, mas sobrava medo

Meras coincidências que ligam Cristo a João Pedro

Só o estado racista

Que oprime a minoria

Sem honrar a cultura

Que apoia genocida

Matam Martin, MALCOM X

Ágatha e Marielle

Enquanto a bala se perde

Quem encontra e a cor da pele

Não vai ter paz sem justiça, o povo não tá mais calado

Se me atiram vão falar que o cabelo tava armado

Tá muito claro que o inferno e branco

E o sangue preto cobre o chão

Desde Napoleão, guerras globais, escravidão

Colonização e o papo de religião

Se eu falar de tudo isso, mano vai da mó textão

Questão aqui não é vingança, ainda busco igualdade

Se passou quinhentos anos de colônia, na verdade

Rimando a voz da cidade, a voz do povo, a voz de Deus

Quando a bala bate lá, o sangue escorre, é sangue meu

Vi desordem e regresso, estampando a bandeira

Abutres no congresso e a carne preferida é preta

Só o estado racista

Que oprime a minoria

Sem honrar a cultura

Que apoia genocida

Matam Martin, MALCOM X

Ágatha e Marielle

Enquanto a bala se perde

Quem encontra e a cor da pele.