Do alto do que penso

sombra do outeiro

sonda o passante

vento de sossego


Mundo mar a fundo

peço-te a calma

doce forasteiro

pálido problema


Vasto rio penseiro

de onde o pranto

mata a falsa paz

e vida traz ao canto


Inspira o poeta

mármore da Grécia

óleo sobre tela

pauta, lápis e café


Lágrima é tinta

sangue a tela pinta

viola o pano branco

enche-o de encanto


Nasce a beleza

canta o desespero

do poeta morto

que renasce em arte


Dança a sinfonia

interpreta a tela

toca-se um poema

declama um ballet


Vive-se num mundo

mesmo que um segundo onde

a alegria a dor nunca encontrou

a alegria a dor nunca viu

a alegria a dor nunca encontrou


Sorri um pouquinho

pensa no caminho

a fé se renova

levanta de novo


Abraça a maldição

de pensar e saber

racionalizar

implica em sofrer


Mesmo assim anseio

esse amor eros

eu, também razão

neste grande arem


De amor, ódio,

fé, crise, sonho, vida

gestarão filhos

em palcos por ai


Gestarão filhos

em palcos por ai