Houcs Pocus
Futuro pra se ver com binóculos
Altero a medida, ajusto o alcance e o foco
É claro o propósito
Eu digo que é claro o propósito
Pra ver se eu me convenço
Que eu tenho um propósito

Minha lente é do próximo, pensamento tão tóxico
Maleável desejo, gigante como microbio
Inteligencia de um Nobel, procedimento ignobil
As feras da minha mente, se formam como um zoologico
São seres indesejáveis, comportamento selvagem
Amam a libеrdade, invejam as asas das aves
Fеrteis e indomináveis ,só figura e imagem
Fluxo de águas negras, que nunca chegam a
Margem

Aparecem nos meus sonhos onde acredito existir
Talvez seja por isso que amo tanto dormir
Escrevo textos tão longos que nunca mesmo eu li
Esperando que se transformem em algo igual Bumblebee

Se dessa água eu bebi, se enxergo tudo que eu vi
Se tenho algo a dizer, se tenho algo a sentir
Me leve onde hajam estrelas, é tudo que eu peço
Onde só seja belo e não precise de nexo
E eu me detesto sentado sinto preso a essas mesas
Com copo de cerveja
Na ex colônia portuguesa
Com tristeza, meu banzo já perdeu sua sutileza
E o olho refratado vê os recortes da fraqueza

Ouço o uivo sutil desses cachorros vadios
Apito do vigia que timbra no vento frio
Que mistério ronda a noite quando sobe um calafrio
Levando minha coragem nesse sopro pueril
O retrato do espaço resume num gosto amargo
Se ver um resultado deste triste espetáculo
Ombros largos, rostro magro
Olhos sempre avoado
Vendo todos meus atos resumindo num retrato

Uma parte da minha pele só desgosta
De ver minhas cicatrizes resumindo em simples notas
De ver todo um passado desgastando em memórias
Afinal qual é a historia?
Quem conta é sempre quem detém gloria
Então surge uma sede de falar
Se ver uma poesia, simples, algo singular
Se ver como palavras que desmancham pelo ar
Que o vento vai levar pronta pra deitar em outro lugar