Divinos sais, pelos pontos cardeais
Maresias, cardeais
Postiça missão de paz
Sobre os corais, cruzando entre os canais
Sem ajuda de um arrais
É o vento quem lhe trás

Galgando pelo mundo num fluído limpo azul
Trajando indumentárias em contraste ao peito nu
Intromissão amarga, roubou o doce do cajú
E o sol perdeu o brilho no lado hemisfério sul

Ei, a vela veio o medo mais velado
Fato anunciado, alto batizado de civilizado
Seu aparato, sapato e retrato
O mundo é abstrato mas te falta lhe o ofato

O ato do traslado nos trouxeram até aqui
No reflexo do espelho o bote da sucuri
E a expressão da voz já não é a mãe tupi
Mas ainda de virá pela paixão de Peri

[Refrão]
Areia, marfim, de pedras rubi
Latim, alecrim, Bourbon
Perfume, Jasmin, tecido cetim
Serafim, curumin
Canon
[Larissa Nunes]

Nas letras garrafais dos noticiários tropicais
Meu nome é aliado, meu corpo é mais um alvo
Nas praias periféricas o peixe morre pela boca
E quem não banca, se desbanca, sem cuidado, à queima roupa:
Capitães da areia, Amado
A poesia que me atravessa é uma aliada
Na corrosão do solo, o coletivo é ignorado
Eu uso só metáfora, não fique emocionado
Se eu fosse só vingança, o teu preço tava pago
A maré sempre volta então reflita meu relato, selado, calado:

[Refrão]
Areia, marfim, de pedras rubi
Latim, alecrim, Bourbon
Perfume, Jasmin, tecido cetim
Serafim, curumin
Canon

[Larissa Nunes]
Riquezas que tomaram de mim
Mas o meu tesouro é o que mora aqui
Promessas em vão, é só extorsão
500 anos disso mas não vivemos em vão