Tudo começou outro dia ao sair do meu banho
Campo de visão que se fecha, tons de banco de reservas

Como um cheiro de pinheiro, feixe funesto de indícios
Ainda não é o fim, mas sinto os prenúncios

Vontade de cantar sonetos, cânticos habitados
Mas a magia está ancorada, o gênio acamado

Sem trégua para minha dor, morro toda vez
Que uma folha em branco sustenta, este sinistro constato

Persona non grata
Minha pena não me quer mais
Persona non grata
Página em branco da morte

Persona non grata
Para quem soa este sino?
Persona non grata
Preciso me recompor, ah, ah, ah

Ou em breve é o Pôle Emploi, ah, ah, ah
Preciso me recompor

Talvez eu tenha escolhido o modo errado, ok, vamos lá
Por mais que eu recodifique, ninguém responde

Falei sobre isso em altos escalões, no máximo um encolher de ombros
Sou como um Sikh em Sangatte, mas os caciques não se importam

Irmã Anne, não vês nada chegando, nem musa nem suplemento
Nada para salvar meu império, me refazer tranquilamente

Pôr fim ao meu calvário, preparar o leito da salvação
Apagar de uma vez esses falsos ares, de poeta desaparecido

Persona non grata
Minha pena não me quer mais
Persona non grata
Página em branco da morte

Persona non grata
Para quem soa este sino?
Persona non grata
Preciso me recompor, ah, ah, ah

Ou em breve é o Pôle Emploi, ah, ah, ah

Eurêka, encontrei, a trama sonhada da felicidade
Aquela de uma mina em apuros que não merece seu autor

Conheço bem o assunto, entendo todos os aspectos
Persona non grata, é quando não querem você

Persona non grata
Minha pena não me quer mais
Persona non grata
Página em branco da morte

Persona non grata
Para quem soa este sino?
Persona non grata
Preciso me recompor, ah, ah, ah

Ou em breve é o Pôle Emploi, ah, ah, ah
Preciso me recompor, ah, ah, ah

Ou em breve é o Pôle Emploi, ah, ah, ah
Preciso me recompor

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