Tudo me parece uma montanha
Para escalar,
Sem elixir, sem poupança,
Sem futuro
Os problemas que se afastam,
O melhor ou o pior

Tudo me parece um cume
Para alcançar,
Muitos "demais" e "insuficientes"
Para abraçar,
Arrependimentos para me queixar,
Remorsos para chorar,
Não sei mais o que pensar

Eu conheci a vertigem
O destino
Que se esmaga ou voa,
E sem fim,
O nada ou o prestígio
Como se nada, sem entender
Ontens sem amanhã

É sempre uma montanha
As ideias
Que surgem e me conquistam,
Sem ganhar
Que me assustam, que se afastam
Eu me sangro, eu me curo
Não sei mais para onde ir

As montanhas rosas
Altos que causam debates,
Baixos demais,
Seca ou flui minha prosa,
O ataque e a luta,
Baixa os braços cedo demais,
Eu desisto ou eu arrisco,
Não dou muito pela minha pele,
Mal morta, já desabrochada

Eu superei a guerra
No meu coração
E o medo nos meus nervos
No suor
Do ardor dos meus versos
A felicidade ao contrário
Não conheço mais o cheiro

Eu lutei contra o inferno
Os demônios
Que me grudam, que me apertam
Nos calcanhares
Sob a testa as orações
De uma mãe sem religião
Que não sabe mais o que fazer

As montanhas rosas
Altos que causam debates,
Baixos demais,
Seca ou flui minha prosa,
O ataque e a luta,
Baixa os braços cedo demais,
Eu desisto ou eu arrisco,
Não dou muito pela minha pele,
Mal morta, já desabrochada

As montanhas rosas
Altos que causam debates,
Baixos demais,
Seca ou flui minha prosa,
O ataque e a luta,
Baixa os braços cedo demais,
Eu desisto ou eu arrisco,
Não dou muito pela minha pele,
Mal morta, já desabrochada

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