Tomei um copo de Apollinaire
No fundo do anfiteatro anteontem
Um duplo caligrama sem gelo
Um coquetel de medo que se desvanece
Na minha lousa, o giz se irrita
Ele riscou minha vida em cola
Uma gota de branco na minha errância
Eu colo a página da minha infância
Eu me atrevo, eu me atrevo

Num impulso
Um rosto de alegria
Eu escrevo, eu canto com a tinta dos meus desejos
Num impulso
Um rosto de terror
Eu fujo, eu evito a embriaguez das proibições

Eu me atrevo novamente
Eu me atrevo mais forte

Começo o capítulo da audácia
Então eu deixo o barulho das classes (eu deixo o barulho das classes)
Nas vapores da minha guitarra
Eu me afasto das rimas do espelho
Eu fujo da concordância dos tempos
Eu passeio no meu caderno (eu passeio no meu caderno)
Não hesitarei mais um instante
Para respirar o ar sufocado
Eu me atrevo, eu me atrevo

Num impulso
Um rosto de alegria
Eu escrevo, eu canto com a tinta dos meus desejos
Num impulso
Um rosto de terror
Eu fujo, eu evito a embriaguez dos indecisos
Eu me atrevo novamente
Eu me atrevo num impulso
Um rosto de alegria
Eu escrevo, eu canto com a tinta dos meus desejos

Num impulso
Um rosto de alegria
Eu escrevo, eu canto com a tinta dos meus desejos
Num impulso
Um rosto de terror
Eu fujo, eu evito a embriaguez dos indecisos
Eu me atrevo novamente
Eu me atrevo mais forte

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