Na abertura de suas nuvens
Quando a montanha exibe os seios nus
As auroras mornas até o miragem
Minhas mãos se tornam a sombra das nuvens

Entre silêncio e mestiçagem
Entre sono e amanhecer
Eu te desfaço como um corpete
Para fazer um lugar para o meu amor

Para o meu amor, eu te amo

Todo pontilhado de diamantes suaves
Quando o rio desfaz sua cama
E ela abre seus joelhos
Minhas mãos se tornam o canto das chuvas

Entre confissão e mentira piedosa
Entre carícia e meia-volta
Eu abro teus caminhos que prolongam
Para fazer um lugar para o meu amor

Para o meu amor, eu te amo

E sobre o mar vagamente mulher
Quando suas curvas se delineiam
E elas se incham e elas reclamam
Minhas mãos se tornam o que elas desejam

Entre um beijo e um desvio
Entre meu medo e teu soluço
Eu te silencio com meias palavras
Para fazer um lugar para o meu amor

Eu te amo

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