Às minhas pretensões, aos que dão lições
Que em outro lugar é sempre mais bonito do que pensamos
À minha boa estrela, que tanto bem quanto mal
Sempre me concedeu uma última chance
A todos os meus erros e gestos de desrespeito
Dos quais reconheço a falta de elegância
O passado está bem onde deve estar
E a aparência, destinada a desaparecer
Com todas as minhas condolências
Às minhas ilusões, essas falsificações
Às quais sempre damos muita importância
Às minhas pausas, fugidas à inglesa
Para voltar dos amores de férias
Aos pecados de orgulho, lamentar a perda
E para os outros, um minuto de silêncio
Ontem caiu bem no esquecimento
Mal restam algumas flores para jogar
Com todas as minhas condolências
Aos meus paraísos, perdidos ou amaldiçoados
Aí, não tenho nada a dizer em minha defesa
A todos os meus abusos, seus becos sem saída
Que ainda podem esperar por arrependimento
Às montanhas e maravilhas que um dia pagamos
E sabemos disso com antecedência
O passado certamente tem uma razão para existir
Não, não é amanhã que ele vai renascer
Com todas as minhas condolências
À minha vida de solteiro, aos tempos muito longos
De supostos prazeres e gozo
Para este único presente que varre o passado
E acima de tudo, que não tem equivalente
A este sol pleno, sem outros iguais
Quem se parece com ele, senão a evidência
O passado está bem onde deve estar
Ele pode até desaparecer com um traço, uma cruz
Com todas as minhas condolências
Sem remorsos
Sem arrependimentos
Sem remorsos
Sem arrependimentos
Nunca

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