Asfalto frio, cheio de espaços vazios
Becos que guardam segredos e vícios
Olhos grandes vigiando as esquinas
Labirintos que tem poucas saídas

Não da pra moscar na selva
Porque a selva te engole
Céus arranhados, concreto
Caos diluído num gole

Pra parada não ficar tensa
Quem chega primeiro bebe a água mais pura
Diferente do que cê pensa
Quem não tem cão, tá caçando com aquilo que fura

Bairros vizinhos não são assim receptivos igual a novela mostrou
Cacos de vidro em vez de ladrilhos, diferente do que a ciranda cantou
Chuteira preta, sem muita graça, numero 10 na camisa é de lei
Um é o papo, visão que eu passo, zero é o tanto de vez que eu errei

Andei pelo lado que não tinha por onde cortar caminho
E no meio dos espinho eu passei
Batido no labirinto, guiado pelo instinto
De um coração faminto escapei

Sei bem que muitos vão querer fingir
Mantenho a calma sempre por aqui
Mais cem motivos pra nao desistir
Ninguem vai fazer essa porra por mim
Não tem nada que me faça parar
Sustento o papo onde eu passar
Cês vem pra cima pra me desarmar
Pai tem recurso pra te rabiscar


Sei que cê quer fazer dinheiro, né
Diz quem que não quer ser o primeiro, né
Ter bolo de nota e de mulher
Viver bem como um rei, não morrer como um zé

Sei que cê quer fazer dinheiro, né
Diz quem que não quer ser o primeiro, né
Ter bolo de nota e de mulher
Viver bem como um rei, não morrer como um zé

Sei que cê quer fazer dinheiro, né
Diz quem que não quer ser o primeiro, né
Ter bolo de nota e de mulher
Viver bem como um rei, não morrer como um zé

Sei que cê quer fazer dinheiro, né
Diz quem que não quer ser o primeiro, né
Ter bolo de nota e de mulher
Viver bem como um rei, não morrer como um zé