QUEM VEM LÁ
(Armindo Nogueira) – Querumana
Quem vem lá levantando poeira
E manchando os ares do meu sertão
Diferente da cor costumeira
Poeira cinzenta que sai de um vagão
Vem cortando campinas e vales
Produzindo ecos por todo rincão
Transportando um caboclo tristonho
Saudoso da sua vida de peão

“Refrão”
Da janela da locomotiva
Sente a liberdade
E o cheiro do mato
E na dança suave das águas
Que deslizam no manso regato

Quem vem lá levantando poeira
E manchando os ares do meu sertão
É o caipira de volta pra terra
Deixando a cidade na recordação
Vem trazendo no peito doído
Marcas tão profundas de desilusão
São confusos tantos sentimentos
Esperança em seu coração

“Refrão”
Da janela da locomotiva
Sente a liberdade
E o cheiro do mato
E na dança suave das águas
Que deslizam no manso regato

Num cochilo revê sua roça
O pendão do milho e o feijão florido
No curral a vaquinha leiteira
Cuida do bezerrinho recém-nascido
Envolvido em sua fantasia
Desperta depois de ouvir o latido
Que anuncia o sonhado regresso
Retomada do tempo perdido

Do banquinho em sua varanda
Sente a liberdade
E o cheiro do mato
E na dança suave das águas
Que deslizam no manso regato