Tô tentando me livrar de todo vício
Eu sei que é foda mas são ossos do ofício
Tô cansado, eu sempre volto pro início
Me sinto andando na beira de um precipício

Quando eu cair quem é que vai me segurar?
Mudei a rota e não sei onde vou parar
Mas eu queria cair no sono profundo
Eu tô sozinho vagando no submundo

Dias e noites lombrado por essas ruas
Mal assombrado e a minha mente flutua
Eu tô ligado, a culpa é minha e não sua
Iluminado pelo brilho dessa lua

Não sei aonde foram parar os meus sonhos
Compondo essa, quem sabe me decomponho
Vim de outro mundo, então vê se acompanha
Tão resistente quanto teia de aranha

Mas nesse jogo, sabe, tem que ter as manha
Punho fechado quando alguém me estranha
Escrevo letras vomitando minhas entranhas
Mais uma noite concretizo minhas façanhas

Meu futuro todo desconfigurado
Muito anos vivendo anestesiado
Restaram poucos caminhando do meu lado
Abraço todos os demônios do passado