No amanhecer, a gente vai fica bem


A gente vai ser melhor


No anoitecer, espero que entenda


Que tu não está só.

O sofrimento que nos cerca parece inacabável


A ganância que nos rege parece inabalável


Indispensável aparar arestas na busca da pergunta perfeita que me trará a resposta certa


E o que resta é canetar mais uma quando o peito aperta


Pensando que a vida deve ser bela para além das guerras


Buscando rimas singelas, o simples é o que se nega


Das auréolas infernais que acompanhavam caravelas


Que geraram e trouxeram todas essas sequelas


Capazes de abalar estruturas


Que acenderiam as velas no momento de luta


Quando as certezas se transformam em dúvidas


Nas celas mentais que cerceamos quem somos


Tento buscar o sentido da vida


A linha tênue entre a crença e a descrença


Não me julgue por não acreditar mais em respostas divinas.


No amanhecer, a gente vai fica bem


A gente vai ser melhor


E no anoitecer, espero que entenda


Que tu não está só.


Confusão diária, ensinado a resolver tudo sozinho


Pedir ajuda sempre foi sinal de fraqueza


Tristeza é a sobremesa do caminho


Eles querem duvidar de sua grandeza


Em cada esquina em cada bairro os problemas virão


Por isso to tipo Balboa limpando o porão


O temporão dos acasos que não escolhemos


É o preço da vida pela qual vivemos


Sofrendo com o peso do destino que nos foi forjado desde que éramos molequinhos


Forjaram nossa identidade, nossa utilidade só se faz presente se seguirmos seus desígnios


E quando olho no espelho, vejo aquilo que tentaram criar


Mas como to construindo a minha própria história


Tenho certeza que o sol ainda há de brilhar.


No amanhecer, a gente vai fica bem


A gente vai ser melhor


No anoitecer, espero que entenda


Que tu não está só.