Minha mãe em 03 era iluminista, Cronista do Caos, revirando litros
90 por Hora cortando as pistas, nos caminhos cinzas de Sausalito
Eu mocando droga no quarto escuro, me sinto Dante no quarto círculo
Jogando os paco em lugar seguro, onde a queda dos nossos é bíblica
Me encontrei ouvindo Dylan Ie Ie, beijando a dor das manhãs
Nos cantos de guerra do Ilê, peitos minados como Vietnâ
Nos campos de Barro, no canto do olho, vermelho no chão da calçada de Hélio
Pai enxergando o copo meio cheio, eu pedindo asas pra pular de prédios
Bem entenda que esses dias cinzas, me encantaram igual Moliere
E quem não entende o cinema mudo, não encontra o relevo da minha pele
Que meus manos Celebrem vitória, que portas se abram, olhos não fechem
Olhei nos teus olhos, parece clero, é um quarto vazio onde almas descem
Ela segura a peça falando sério, tomei teu tempo parece soro
Pôs na orelha, queria férias, calos nas mãos, na missão do Ouro
Me dá tua mão conheço um lugar seguro, embalando dor em quilo
Aqui nenhum sono é tranquilo, nenhum de nós tem futuro

Dos campos de terra os novos Messis, no jogo eles vivem de aparencia
Comi retiscência e arquivei prece onde a dor de mãe não gera interesse
Que a brisa da manhã seja alicerce, derrube os que inflam o peito sem ser
As 3 da manhã compus esses versos, tem mais trinta desses quando o sol nascer
Cruzando o deserto no céu das sete, usando tua mágoa de torniquete
Eu canto o sonho desses pivete, no pico onde Deus é uma mãe de leite
Meus manos não chegam aos 17, como gato e rato, fugindo da Blazer
E se você não entende o porque desses versos, talvez esses versos não sejam pra você
Dias comuns, armas nos aniversários, meu bairro vestindo medo
Asas nas costas como Sagitário, alguns de nós morrerão mais cedo
Meu mano eu os vejo do mesmo jeito, debaixo do Sol sob o mesmo Drama
Olhos pretos, Baixos, safra de 85, um beck bolado e café na cama