Minha arte não é momentânea
Mistura homogênea, de cenas de outra madrugada
E da manhã do amanhã que nunca chega
São quantos degraus nessa escada?

No copo o veneno que antes matava
Me faz sentir vivo!
A vida não é filme, é um livro
E a minha caneta que assina essas páginas:

Tinta vermelha e folha em branco
Numa noite de verão, seu olhar traduzia o calor das mãos
Pingando
Quase derretendo em febre

Cuidado pra que não quebre
Ouvi dizer que o amor é frágil
Acho que a paixão é tátil
Dedilhando cada acorde
Seu corpo é uma obra sem plágio

E eu me perco fácil, ou não
Sempre encontro uma direção
Na highway
vivendo entre fumaça e neon

Anestesia... quanto tempo em êxtase?
Asfixia, seu beijo é meu elixir


Tudo em tons azuis
Insônia num blues
Se acabar a luz
Eu puxo o sol pra iluminar
(E acabou a luz)

Seu gosto me tornou adicto
Apegado numa idealização
Lembrando de outra estação
Essa neblina embaça a visão
Mas eu não vou cair

Já que nem as ruas daqui
São mais iguais
Babe me diz pq eu seria?
Juro que eu nem era tão sério
Só canto o que eu sinto
E sinto muito, num sei fazer poesia

Eu não tenho flow, eu sou o flow!
Eu nunca "sou" eu só "estou"
Contradições
Mesma história
Com um novo capítulo

Deixa o mar levar
Que eu sigo surfando essa wave...
Pra fora do seu radar