O sol morreu no horizonte
na curva do rio.
Na tela da noite, pincéis prateados
pintaram os campos co’a tinta da lua.
Ao longe, um rancho perdido
nas brumas escuras
dilata os olhos vermelhos de luzes
enchendo o meu peito de saudades tuas.

Recordo o brilho ardente
dos teus olhos negros,
teu corpo molhado, deitado n’areia
e o brilho da lua nas águas serenas.
Enquanto as águas corriam
nós dois nos amamos
sentindo a carícia da lua e da brisa,
sonhando um mundo só nosso, apenas.

Nos braços, ternos abraços
forjando desejos.
Na areia tão loura rolamos os dois
sentindo os prazeres da vida viver.
Fundimos sonhos e corpos
saciando a sede
num beijo ardente e na ânsia liberta
num grito inconsciente de dor e prazer.

Também os pincéis de prata
haviam pintado
co’a tinta da lua, teu corpo tão branco
batido de luz, vibrante de amor.
Sorrisos ternos, cansados
bailavam nos lábios.
Suspiros profundo fundiam-se a brisa
perdendo-se a esmo nos campos em flor.