Sou um índio cooperativo,
Coopero com todo mundo.
Junto às éguas na mangueira
E recorro o campo do fundo.
Fui criado cooperando
Nesta lida eu sou curtido
Só não acho quem coopere
Com o meu coração partido

Coopero pra tirar o leite
Enchendo o tarro da ordenha
Coopero com a cozinheira
Levando um carro de lenha
Na volta da campereada
Cuidando da criação
Coopero com as atracadas
Puxando um pampa das mãos.

E em noite de bate-coxa
Na copa escoro sozinho
E coopero com o bolicheiro
Golpeando um trago de vinho
Se alguma vaneira pede
Coopero até com o gaitero
E já sigo mexendo o corpo
Metendo firme um pandeiro.

Tia Zefa, deixa no mas
Que a noite é longa e matreira
Atiro água de balde
Que assim acalma essa poeira...
Já quase clareando o dia
E a noite soltando as tranças
Coopero até com as “morena”
Levando o corpo na dança.