Da Barreira pra Cá is a song in Portuguese
A quanto não paro pra escrever,
Me refazer, de lazer, pra partilhar o ser/vir,
E silenciar esses carros, barulhos, que me prendem e me impedem de me ouvir.
Improvisar hinos, para os meus meninos, para minhas comadres, cancelem seus padres, cancelem seus hinos, falimos suas falas, falimos seus filhos.
Faz minhas malas pra um planeta novo que esse aqui já deu,
Isso é um Déjà vu, de vidas desavisadas que vivi,
Faz de conta que, eu nasci devendo alguém, pra pagar com sangue de
Varios que nem conheci.
E por todo lado as pessoas se desgastam, pra faturar pra outros que devem bem mais do que gastam,
Pra pagar os que vendem a metade da desgraça, que é feita por quem enfeita e cria a flâmula da caça.
Se eu invadisse seu escritório, pela janela, seu refeitório, podia fazer a intera pro velório, mas tu invade minha casa, até pela minha tela, monta seu relatório e me prepara pra uma cela.
E eu to vulnerável, seu poder tá na mão o nosso é caro e descartável, sou um produto comum e não rentável, filho de mãe solteira que nasceu aonde vender droga é viável.
Esse ar é viagem, sem sua toxina consigo enxergam a margem, faço minha faxina antes que vocês me cacem, implanto minhas minas antes que vocês me achem.
Câmeras não flagram quando traço o plano pronto pra catar subordinados e recolocar nos trilhos, fizeram as madrugadas pra que eu escapasse dos termos e inventasse novos cantos pra nos sentirmos mais vivos.
Invisíveis no olho do cego que já se trancou, visível ha olho nu, passei pelo que piscou, fiz minha oca no deserto pra pensarem que corri, caminhei pelo atalho pra pensarem que morri.
Fiz da decepção de não ter a razão de ser forte, engoli palavras sujas pra não sujar onde piso, me esforcei pra fazer bem quem compreende o meu sorriso e desativei sensores pra quem deseja minha morte.
Imagina noiz, de carreta na chapada, tomando catuaba da raça, ouvindo um barril de rap na caixinha de malandro, fudendo a industria e ajudando a quebrada.
Amo rap todo dia, hip hop o dia todo,
Lembro quando tinha lodo,
Ligava pros cara tudo, 27 vagabundo, avisava que tinha rima e vinha loco.
Na cidade desprovida de cultura viva, só luxúria e pinga, só tortura e briga,
Só igreja e padre, so polícia e festa, só cerveja e carne, soma se isso presta.
E eu no duckjay no talo, faro fino e l.a.t.r.o,
Sem pino no prato, só fino do mato.
Só batalha e show no meu planeta, só na fala e flow, só na caneta.
Poe o pé da barreira pra cá
Poe o pé da barreira pra cá
Poe o pé da barreira pra cá
Poe o pé da barreira pra cá...