Em noites feias que desabam temporais
E os mananciais parecem fazer pedidos
Sopros de vento repontam águas e medo,
E nos varzedos berram terneiros perdidos.

Trovões que tremem e clarões pra todo lado
E alguns mandados se despencam num repente,
Bufam cachoeiras que de mansas davam passo,
Buscando espaço pro tamanho de uma enchente.

Encharca o peito desses rondantes de tropas
E então, as coplas, vão brotando ao natural,
Em contraponto a bordoneios de aramados,
Que são tirados com a força do vendaval.

Em noites feias se aquietam aves noturnas,
Bichos das furnas vão pro topo das alturas
E as madrugadas, que plantam paz dentro d’alma,
Perdem a calma, maltratando as criaturas.

Em noites feias o sono se vai embora
E nessas horas, Santa Barbara é lembrada,
A cada golpe mesclado de vento e água,
Rangem as tábuas das casas, nos descampados.

O amanhecer traz lembranças de tapera,
Noites severas sempre fazem judiarias,
Campo e campeiros sofrendo a mesma ressaca
E o sol destaca tristes paisagens vazias.