NO PALCO
Letra: Acélio Fontoura Junior - Música: Raineri Spohr
Rtmo: Chamamé - Intérprete: Flávio Hansen
Violão: Matheus Alves - Acordeon: Eduardo Abramson
Contrabaixo: Carlos de Césaro
Arranjo: Matheus Alves

Eu canto pra aos meus iguais
que me saúdam do mato;
Canto pra o gado que berra
cada qual com seu relato;

Canto pra os demais da fauna
que tem no campo, morada.
E assim feito eu, dão vida
e vozes as invernadas.

Eu canto para o Angico
que me olha em vigília;
Canto para o açoita a cavalo,
pra o cedro e pra coronilha.

Eu canto em troca de casa
para o mato que encordoa;
Canto para o sol clareando
também canto pra garoa.

Do palco desse moirão
eu canto pra todo o campo.
Canto a luz desses dias,
canto sorrisos e prantos.

Sei dos mistérios da noite,
onde calo meu cantar
Deixando aos outros bichos
a missão de orquestrar.

Eu canto a grama-forquilha;
Teia de aranha em macega;
Canto a lança das flexilhas
e o amor do pega-pega.

Canto o campeiro que cruza
na picada do arroio
e traz o gado despaço
frente ao seu grito de aboio!

Eu canto a sanga que corre
e de correr não se cansa,
deixando sempre pra o campo
uma constante esperança!

Eu cantarei para os meus
que sempre serão bem vindos.
Serei porta voz do pampa
pra que ele siga existindo!

Sou um pássaro do Sul
que do palco de um moirão
canta o seu cotidiano
com o campo de inspiração.

E os fios do alambrado
fazem ponteios pra mim,
revigorando a esperança
que o pampa não terá fim.