Quem dera o começo pudesse ter fim
Que o corpo extinguisse as partes das partes de mim

Mas partes das dores flutuam nas expedições
E partes se queimam e me queimam no fundo de grades, porões

Minha alma vaga entre águas eternas
Algas elétricas e águas-vivas imortais

Queimando ancestrais queimaduras de sol

Feridas de morte que a mim só mutilam
Mutilam e relembram que o fim não virá

Mas sim minha memória virá
Lembrar pelas marcas do corpo que o tempo acumulará

O mar cujas dores são porto
O Porto que aqui fiz vingar

Ao mar vivas águas vou dar
Ao mar vivas águas vou dar
Ao mar vivas águas vou dar
Ao mar vivas águas vou dar
Ao mar vivas águas vou dar