Do peito pra dentro eu sinto que o ritmo é lento
Por isso eu sou o tormento
Por isso eu voltei fervendo
Sempre vivendo o momento
Quem espera o contratempo?
Eu tenho…
Sido um pouco mais sedento
Ou faminto pelo que acredito
Um ano pra mudar o milênio
Eu tenho…

Me ajude, Lázaro
Disseram-me que são asas do mesmo pássaro
Mas eu vi a tática
A forma carnívora como contaram a fábula
Mas eu tenho a manha, minha maracutaia
Acordar de manhã e por o pé na praia
O que não for verdade o vento leva e cambaleia
No tira-teima nós tira’ a telha
Liberdade mesmo é ver estrela.
Marginal alado, tipo um novo estilo literário
Confundindo engravatado, tipo pobre mas nunca otário
Tipo pop mas nunca comprado
Inegociável o brilho o olhar
Ou brilhar quem se perdeu
Na caça do placo

Bolado no trem, escrevi a outra no vagão
Surgi, sujão
Cultuando a interrogação
Apaguei o ponto final
E finalmente fluirão
Pensamentos tipo Sombra
Sempre que assombra eu uso no som
De grão em grão
Padronizando o costume de customizar o padrão

Qual o seu tormento?
Entende que só sente o que lhe prende quem se movimenta?
Bom, ao menos tento
Você viu aquele mano na porta do bar?
Ao menos ‘tá vivendo
Por menos tive atento
O veneno em cima do piano
Que feito um cigano eu ‘tô tocando e percebendo
Cantando e bebendo, eu vejo…
Que o mundo era um moinho até eu girar esse catavento.