Come

E não lava o prato

Anda sempre atrasado

Sai

Não ata o sapato

E na escada ele cai.


A pensão do guri

Que já não vê crescer

Vai vencer

A mulher que mais gosta

Ele paga pra ter.


Sua mente, atormentadamente

Sempre está por um segundo

Sua bússola não tem conserto

Coração de vento vagabundo.


É um cisco no olho do furacão

É um grão de areia na rebentação

Delira que o mundo gravita em suas mãos

O que só reflete sua solidão.


Veste bem, mal passado

O cabelo arrepiou.

Barba ninho de rato

Ele faz no metrô.


Sai do trampo, cerveja

Nem sente descer

Tá devendo na boca

Vai amanhecer


Acabou o cigarro

Nem sente clarear

Tá devendo um rosário

Vai se atrasar!


Sua mente, atormentadamente

Sempre está por um segundo

Sua bússola não tem conserto

Coração de vento vagabundo.


É um cisco no olho do furacão

É um grão de areia na rebentação

Delira que o mundo gravita em suas mãos

O que só reflete sua solidão.


É um cisco no olho do furacão

É um grão de areia na rebentação

Delira que o mundo gravita em suas mãos

O que só reflete sua solidão.

Sua solidão.