Atento o campeiro “bombeia” pra o céu
A chuva cai mansa por dias a fio
O aguaceiro já invadiu a várzea
E não se define o que é campo e o que é rio

Na taipa do açude corre água por cima
Não vai muito tempo, periga arrobar
O pouco que resta do que foi semeado
Mais um dia de chuva e não vai se salvar

Mas que barbaridade, a loucura do tempo
São tantas mudanças, não dá pra aceitar
A safra passada se foi com a seca
E esta de agora é a chuva a levar

A peonada nas casas, reféns da intempérie
O maquinário parado lá no galpão
A lavoura inteira debaixo d’água
Prejuízo comum pra empregado e patrão

Quem é de campo vive o dia a dia
Com as incertezas que o clima lhe trás
É a natureza mostrando os efeitos
De todo o mal que o homem lhe faz

Mas que barbaridade, a loucura do tempo
São tantas mudanças, não dá pra aceitar
A safra passada se foi com a seca
E esta de agora é a chuva a levar