Ô meu compadre
Tu não é de brincadeira
Te encontrei na ribanceira
Às 4 horas da manhã
Veio dizendo
Que saía de um pagode
Ora vê como é que pode
Já partiu pra trabalhar
E me disse
Que o samba não pode parar

Quem trabalha parado é relógio compadre
É o ponteiro que anda
E de nada adianta o horário marcado
Se eu vou me atrasar
Se areia do tempo é grão de lamento
Quando fecha a tampa
Lá pro firmamento meu caminho é lento
Eu ando devagar
Minha meninice confunde a velhice
Quando cai no samba
Mas logo levanta a labuta me chama
E não sabe esperar

Ô meu compadre
Tu não é de brincadeira
Te encontrei na ribanceira
Às 4 horas da manhã
Veio dizendo
Que saía de um pagode
Ora vê como é que pode
Já partiu pra trabalhar
E me disse
Que o samba não pode parar

Quem fica parado é poste
E a sorte não há de chegar
Eu já vi homem forte sem rumo, sem norte
Querendo chorar
Nas rasteiras que a vida nos dá
E nos vira de perna pro ar
Bom malandro é aquele que aguenta a pancada
E cai sem reclamar
Na porta do boteco enchendo o caneco
Até o sol raiar
Posso até dar um tempo
Mas quem é do samba não pode parar