Faz tempo que me falta tanto tempo
Que eu quase não me reconheço
Dentro dessa concha de retalhos
Me tornei tão sonolento
Esperando a terra me engolir
Canto para os fracos
O que quer que eles cantem para mim
Onde me perdi?
No meio do caminho é onde mora meus temores mais profundos
Como medo de falhar
Cores morreram nesse rio antigo
O arco-íris ficou cinza e poluído
Faz tempo que me falta tanto tempo
Que eu quase não me reconheço
Dentro dessa concha de retalhos
Me tornei tão diferente
De tudo aquilo eu queria já não faz sentido
Tudo aquilo que eu sabia hoje é tão batido
Na estrada para as nuvens não precisa de asas

Deuses não curam minhas dores
Nos versos escondo minhas dores
O espelho mostra os cortes
Dos buracos que cai

Caminho sobre águas do armagedom
Santificado seja o meu nome
Me coloram nessa posição como o
Salvador daqueles que me ouvem

A pressão sobe
Estou cercado por paredes
Elas me ouvem e falam seus segredos
Sobre histórias de amor acabaram
Sobre família que ali viveram
Me falam pra ficar calmo
Eu sou mais um no formigueiro
Sou o melhor que posso ser no universo desse quadro
E o pior

Deuses não curam minhas dores
Nos versos escondo minhas dores
O espelho mostra os cortes
Dos buracos que cai
Deuses não curam minhas dores
Nos versos escondo minhas dores
O espelho mostra os cortes
Dos buracos que cai