Num baile em São Vicente todos os negros
Estavam quentes com um potro
E o negro cara de cachimbo, o mais picante
Para o debate se aproximou
Ele disse "venha' gringa, agarre-se
Forte na minha cintura, vamos dançar"
E no meio dos cotoveladas, empurrões
Os chutes começaram já
E depois da quinta música começou o beijo no pescoço
Que vem pescoço que vai
Dançaram a noite toda, o mar em carro beijo vem sorriso vai
Desperdício de calor que sem censura ambos souberam expressar
E diante de tal desejo, vendo que as pessoas olhavam feio, ficavam mal
Ele disse "olha gringa, eu sou tímido
Vamos para o escuro e continuamos lá"
E sem sequer hesitar, a gringa
Seguiu direto com passo muito reto para o reservado

A gringa estava muito forte, era muito ardente e cara de cachimbo não aguentava mais
Um olhar selvagem com uma tatuagem que ia do umbigo para o além
Uma calça branca que revelava que aqueles cantos eram afinados
E dois faróis por olhos que ela a seu bel-prazer acendia com seu piscar
O cara tinha experiência, ele disse
"Gringa, sexo é minha ciência, venha para cá"
Ele deu um beijo apaixonado, colocou a mão
Pelo lado sem perguntar
Um sopro no ouvido e foi o detonante
De tal barbaridade
E ela tirando a mão disse
"Vamos direto ao ponto, mas não aqui
Em casa há mais conforto, suba
Na renault que em um instante já estamos lá"

Aquela feroz seção de testosteronas em que os hormônios fizeram parte
Da bela arte do beijo no pescoço, ele colocou o selo que aquela noite
Depois do carro tudo ia ser fenomenal

Chegaram à casinha, ele foi direto tomar
Um banho para não feder
Nem lenta nem preguiçosa, foi à geladeira, buscou refrigerante
E foi se deitar
E o cara, uma vez limpinho, saiu do banho já peladinho
Para começar
E no momento de consumar
Mas o que aconteceu?
Ninguém é perfeito
Ninguém é perfeito
Tudo o que sobe desce, mas nem tudo o que desce sobe
Ninguém é perfeito
Ninguém é perfeito
A cara de cachimbo, a verdade é que a gravidade venceu
Ninguém é perfeito
Ninguém é perfeito

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