Poderemos dizer, morto de sua bela morte
E inevitavelmente, partiu muito cedo
Poderemos ler uma grande perda novamente
Mas que não fará a primeira página dos jornais
Ele tão vivo em plena flor da idade
Nem mesmo presente no dia de suas homenagens

Depois de nós virão outros insubstituíveis
Depois de nós seguirão outros inconsoláveis
É a vez de cada um, única justiça na terra
O resto é discurso, oração efêmera
Depois de nós virão outros inesquecíveis
E então passarão outros indispensáveis
Afinal, no fundo, o que isso pode importar?
Já que o pó retorna ao pó

Poderemos dizer morte sem o menor esforço
Apenas um suspiro, nenhuma palavra
Pior sem sofrer, nem mesmo um remorso
É preciso um dia partir por padrão
Os pés à frente na primeira fila
Um ar ausente, na noite de seus elogios

Depois de nós virão outros insubstituíveis
Depois de nós seguirão outros inconsoláveis
É a vez de cada um, única justiça na terra
O resto é discurso, oração efêmera
Depois de nós virão outros inesquecíveis
E então passarão outros indispensáveis
Afinal, no fundo, o que isso pode importar?
Já que o pó retorna ao pó

Podemos dizer "morto de sua bela morte"
Com a epitáfio "não muito cedo"
Melhor rir disso, todos têm o mesmo destino
Um último autógrafo e até logo
Ele tão vivo, que amava viagens
Era hora de arrumar as malas

Depois de nós virão outros insubstituíveis
Depois de nós seguirão outros inconsoláveis
É a vez de cada um, única justiça na terra
O resto é discurso, oração efêmera
Depois de nós virão outros inesquecíveis
E então passarão outros indispensáveis
Afinal, no fundo, o que isso pode importar?
Já que o pó retorna ao pó

Já que o pó retorna ao pó

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