Nunca fui o que não pude ser
E poderia ser que só sou o que pude
Sou o falcão que já não quer ver
E aprendeu a colocar o capuz sozinho

Alguém move o guizo
Mas esconde o veneno e os dentes
É a forma de cair
É a forma de voltar dos abismos

Descrever sem mais razão
De dizer por puro medo de não saber dizer
De apertar o coração
De afrouxar os parafusos da cabeça

Ei! Vocês que me veem
Digam-me quem sou eu
Ei! Quem precisa de um rei
Tendo aqui um bobo

Um critério firme como uma lápide
Uma grossa camada de cimento
Tudo se apagou ao virar a página
Houve uma explosão por cada tentativa

Oh uoh, oh

A razão é encontrada pelos culpados
A verdade fica no caminho
Já não resta um coração onde nos refugiarmos
De nós mesmos, de nós mesmos

Ei! Vocês que me veem
Digam-me quem sou eu
Ei! Quem precisa de um rei
Tendo aqui um bobo

E cada vez que me olharem
Se me encontrarem só uma vez
Só uma vez por cada vez
De cada vez que digo

Que é tão fácil perder
A vista como o olhar
Se ninguém nunca lembrasse
Se tudo tivesse sido nada

E embora seja tudo o que você acredita
Nunca é só o que você vê
E você vai nascendo cada vez
E cada vez cadáver

Pa pa pa pa pa pa
Pa pa pa pa pa pa
Pa pa pa pa pa pa

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