Caos na cidade onde ninguém viu
Calamidade, ponta, fuzil
Esquiva chacina só sendo hábil
Rimas, palavras, quem usa? Os sábios

Poli opressão, não pode
Mandar em mim, mano não fode
Novo céu, nova terra, sem ter guerra, sem mizeria
Destino nunca erra

Eu já sei tudo que o olho já viu
Sabe todos meus passos
Vida passa num piscar e por um fio
Nada vem pra esse mundo por acaso

Alguns podem comprar, outros não
Uns no bem estar, uns no chão
Atitude faz a diferença
Só age, não pensa

Rap triste seja consagrado
Reparto a alma como um pão sagrado
Corpo fechado, voltando da morte
Nega me conforte pois tenho surtado

Ponteiro gira, ampulheta quebra
Topo a puta lida, tô sem paraquedas
Não repara a queda ser maior e a merda te espera no poço
‘Poh’, do poço arreda

Vapor no asfalto, o ego na sarjeta
Nas linhas um conto pra me encontrar
Sem me encostar, tô pra din contar
Sharingan no caco pra não me cortar

Pulando onda, supersticioso
O veneno da fruta já tem me mutado
A mil por hora, guardinha não pega
Me querem multado, mato boy muntado

A rua ensina, cobra TCC
Duas sinas pra você ter e ser
Reflito livros, registros, cd’s
Me faz escolher não ‘tar’ na CPP

Visei dinheiro fora da caverna
Alma limpa, suja sedução
Parto da excursão, fodo com a exclusão
E me perco são na seca percussão

Me diz o que fizeste, no que tu investe
Homem, mulheres nessa imensidão
Entre mil olhares, não vi milhares
Não vi milagres, só ingratidão

É o que te dão pra sobreviver
Um kit dão pra você morrer
Armas, drogas, drogas, armas
Tiram sua vida, levam sua alma

Vejo com calma, vejo como karma
Veja como cava sua própria cova
Nem a bala clava esconde a testa calva
Veja como fala com os aqui do Nova

Para que viveram?
Para quer morreram?
Qual o paradeiro?
Se não foi herdeiro, vive um peadelo

Em um picadeiro, é o derradeiro
Qual o verdadeiro para o partideiro
Poder da canção

Sinto o gosto e que se consagre
Roendo osso, dente de sabre
E a gente sabe, segue socando
No mic soprando tamos a mais de ano

Me odiando, essa mina é mine
Eles querem Lean, tô em outro time
Esperem de mim só punchline
Vivo bem onde o rap é crime

Egotrip, sem cash pra clipe. Clã chama no bipe
Cultivando hope. Motherfucker trava, R.I.P
Sigo joe, Kalis mandando a melhor trick
‘Cumpadi” que não respeita o Mob e na lama acaba Deep

Aqui é um por todos, todos por um. Se encontra em 162/1
Pela ordem, Street Good God. Com meu board boot ninguém pode
Man, não fode. Esses menor é comum

Escrevi linhas que machucam como vidro em muros
Eu sou o sol, vocês peneira e eu que faço os furos
O Rap é jogo mano, e vocês são blefe
Ceis são subordinados, mano, eu sou o chefe

Luto como Shaft, logo noto um déficit
O cão me puxa pro Right, Na fuça um de Left
Tô no piloto da nave, cabine pressurizada
Tão pirando pro mal feito. Enquanto peco, risadas

Só machine gun, click! Servindo cabeças em um piquenique
Não se meta a besta se não usa a Bic
A beca é sem velo, Loque é sem valor
Yelow, Mobdick

Não faço piadas como o Porchat
Me disfarço entre humanos igual Superman e Clark
Sou maníaco mas só nas rimas, não no parque
Se tranque no estúdio comigo, eu sou o Rorschach