Discurso de Asfalto est une chanson en Portugais
Discurso de asfalto
Sai de casa portando seu ódio que foi resultado de um tapa da cara tá acostumado a descer a favela debaixo de chuva, mas só que de bala
E quando atravessa o portão da escola não encontra acalento Igual lixo é jogado pra fora por quem deveria servir de exemplo
""Presta atenção muleque
Tá mascando chiclete
Sai de sala, direção
Que merda, mais um pivete""
Mais uma rede escolar que deu falha contra toda oração De todas as vidas que vem de favela
Que não querem ver mais um corpo no chão
Mas só que agora as armas de todos os tipos
Se tornam atraentes
Pra ver se camufla uma felicidade
Que eu tenho certeza que é inexistente
E aí quando o ex estudante
Que desde criança já apanha da vida
Num ato de merda decide roubar
Dizem que matar é melhor saída
Engraçado que branco de asfalto
Que cisma e defende meritocracia
É pai de um moleque que sobe a favela
Pra comprar maconha com hipocrisia
Tá ligado o pó que tu cheira e o beck mais caro que tem qualidade?
Como é que tu dorme sabendo que a erva
Vem junto com sangue de menor de idade?
É fácil falar de um contrato de guerra
E nem saber quem o assina
O playboy fuma
E sente até gosto de hemoblobina
“ué, ele tá vendendo
Eu pago, eu compro e posso dar dois”
E caga pra porra do corpo que foi arrastado
Sem porte três dias depois
100 brancos,100 negros
E faça um comparativo
Veja que morrem mais negros por hora O nome? risco relativo enquanto esses dados não mudam ao ponto De não ter sentido nenhum dos meus versos Decida se quer ter burrice explanada
Antes de falar em “racismo reverso”
Refrão
De onde venho...
a desigualdade... grita bem alto E sou obrigado a ouvir toda hora
Discurso de ódio que vem do asfalto
Não sei o que é pior
A raiva racista que não tem final,
Anos de vida provando a dor,
Ou ter que provar que essa dor é real
Dor que nos faz diferente Desde a escola à fila do banco chances, metas, corres, vida mudam...se você nasce branco Eu tenho certeza que tu não precisa
De sabedoria de um “Nostradamus”
Só para prever que tua dor nunca
Será enredo de festa de 15 anos
Então, dê play no meu rap
E sinta explosão programada
Eu junto arte, revolta e leitura
E dizem que sai rima de granada
Não fui pro crime como tu esperava
Sempre tive mais esperança
Na educação
E no sorriso das crianças
E contra estatísticas Tô acima da média
Destruindo um tal discurso
De parte da classe média
Tu saiba que eu posso fazer o que eu quiser
No morro, no asfalto, sendo homem, mulher Posso ir pro mundo, fazer faculdade
E preto com preto fazer irmandade
Ouvir teu discurso, ou jogar no chão
Passando o rodo em voz de cuzão
Correndo, lutando pela minha paz
E com negritude pra ser muito mais.
Pra ser muito mais
Pra ser muito mais
Pra ser muito mais
E com negritude pra ser muito mais
Refrão
De onde venho a desigualdade... grita bem alto E sou obrigado a ouvir toda hora
Discurso de ódio que vem do asfalto
Não sei o que é pior
A raiva racista que não tem final,
Anos de vida provando a dor,
Ou ter que provar que essa dor é real