A SAUDADE É UM SORRISO QUE NOS TRAI NUM INSTANTE DE SOFRER

A TE OLHAR COM OS OLHOS RASOS NOS PAPÉIS,

NAS CORES, SEM QUERER

E O TEMPO TRAZ A MULHER, SERENA POR TODA A ESTRADA

BONITA, MAIS QUE O CANAVIAL...

A SAUDADE É O TREM DE FERRO A FUGIR, DEIXAR A ESTAÇÃO

COMO O BEIJO DO CINEMA, SUSPIRAR, SENTIR SUAR AS MÃOS

E O TEMPO FAZ A MULHER, CHORANDO NA MADRUGADA, TRANQUILA,

FAZ O TEMPO ESPERAR...

PENSO NAS JANELAS, HOJE TÃO DISTANTES, RIA NOS TEUS BRAÇOS,

RISO DE CRIANÇA, QUANTA DANÇA... VI TEU POVO IR,

CHEIO DE ESPERANÇA... ERA CARNAVAL E O POVO IA... ERA CARNAVAL...

E A MENINA QUIS SAMBAR, DIA INTEIRO QUIS SAMBAR,

DIA INTEIRO QUIS SE MISTURAR

A CRIANÇA FEMININA A BAILAR AO SOL DO ENTARDECER

E MEDO DE VENTO FORTE, TEMPORAIS, HERANÇA DOS QUINTAIS

COM PÉS DESCALÇOS NO CHÃO, A TERRA, A FELICIDADE

A CIDADE NUNCA FOI SEU LUGAR...

E EM FRENTE AO MAR DO MUNDO, A OLHAR EM SILÊNCIO DE AMAR

TINHA LÁ AS FLORES, A VARANDA... FICA EM MIM A FORÇA DO OLHAR

COMO SEMENTE IMORTAL DE UM PRANTO SILENCIOSO,

NO VENTO, FEITO O CANAVIAL.... FEITO O MAR...

FEITO A FLOR... FEITO AMAR