FIZ A CANÇÃO COM MEDO DE ALCANÇAR O RUMO CERTO DAS NOTAS,

SEM QUERER TE CONQUISTAR...

FIZ A CANÇÃO NA CERTEZA DE TRADUZIR OS VERSOS DA POESIA,

A FEBRE DE DESCOBRIR...

MAS, VOCÊ, MUDA A CANÇÃO, TOMA A DIREÇÃO SEGUE O VENTO...

E O VENTO NOS TRAZ AO SILÊNCIO DE UM TEMPORAL

QUE EXPLODE EM SENTIDOS, AFASTA DO LITORAL...

E VEJO QUE O MAR É PEQUENO NA IMENSIDÃO

E VEJO A CHUVA EM SEUS OLHOS E O AZUL NO CORAÇÃO...

MAS, VOCÊ, LUTA CONTRA OS SINAIS, RUMA PARA O CAIS, PERDE TEMPO...

TEMPOS ATRÁS, NA MARESIA, VOCÊ NO CAIS VIU A FORÇA DA MARÉ...

SE LANÇOU, OS LÁBIOS TRAÍRAM, SE ENTREGOU,

MAS SÓ MOLHOU OS PÉS...

TINHA MEDO DE SER O RUMO QUE SONHOU, A CORRENTEZA

A LEVAR PARA NUNCA MAIS AS DORES DE UM VIVER

SEM PODER NAVEGAR, SEM SER FELIZ...

CANTO A CANÇÃO E ME SINTO ARREPIAR

POIS EU LEMBRO TEUS OLHOS A MUITO MAIS QUE ALCANÇAR...

OUÇA A CANÇÃO COM OUVIDOS DE PESCADOR

QUE SABE ONDE TEM PEIXE E SAIBA ONDE HÁ AMOR...

E ASSIM, FAÇA UMA CANÇÃO, SOLTE A EMBARCAÇÃO E NAVEGUE...