De pouco em pouquinho, o hoje é mesquinho
Papo de outra vida? Eu nunca caí nisso
Sozinho eu crio, é um vício
Todas as possibilidades num só tiro

De pouco em pouquinho, o hoje é mesquinho (Me coloco em foco)
Papo de outra vida? Eu nunca caí nisso (Abro a lente um pouco)
Sozinho eu crio, é um vício (Sem sorriso óbvio)
Todas as possibilidades num só tiro (Não abro sem gosto)

E eu sei que é tudo uma correria
Sensações na porta, já bateram, sem saída
Pra fugir da sorte, do azar e da minha vida
Corre mais um pouco, só não cai fora da pista (Olha a vista)

Aprecia o momento, vive o hoje
Não se perde em pensamento
Recado prum eu do futuro:
Sempre tá em furo, vê se não fica lento, segue no teu tempo

Muita gente vai gritar pra ti que tu perdeu o talento
(E perdeu teu tempo)
Quando, na real, bem vindo ao caos:
Caiu no centro (Não se esconde agora)

O tempo 'tá abrindo, já não chove mais lá fora
O tempo 'tá subindo, mais que vinte e quatro horas
Sangrou e sofreu
Como tudo passa rápido na corrida com Deus

Vou sem Deus, digo, adeus
Sem poder piscar agora, é o meu ou é o teu
Então, olha o céu, branco-véu
Eu nunca fui capaz de ser portador do anel

Maldição de Babel
Sobe o mais alto possível pra tentar tocar no céu
Desisti desse réu
Estourei decibel

Leitura de cordel
Plástico é seu troféu
Amizade/Papel
Pneu, óleo diesel
Linhas: faço à pincel
Barras: faço cruel
Odeio azul, Gargamel
Um rasgo, um ato infiel
Sem rastros não, só no céu
Hoje eu corro, adeus
Morte ao meu velho "eu" (Ego)

De pouco em pouquinho, o hoje é mesquinho
Papo de outra vida? Eu nunca caí nisso
Sozinho eu criava vícios
Todas as possibilidades num só tiro

De pouco em pouquinho, o hoje é mesquinho (Me coloco em foco)
Papo de outra vida? Eu nunca caí nisso (Abro a lente um pouco)
Sozinho eu criava vícios (Sem sorriso óbvio)
Todas as possibilidades num só tiro (Não abro sem gosto)

Corro, corro, corro e corro mais um pouco
Essa parte nunca para, eu só quero o novo
Muito preso no passado, deixo pra outro louco
Sempre amei oposto, no espelho teu rosto

Nunca optei por isso, foi o jeito mesmo
Buscando esse propósito que falam tanto
E se fosse de outro jeito? E se eu tivesse contigo?
E se a minha mão nunca soltasse o pensar do outro?

E se a rédea não soltasse ou afrouxasse um pouco?
E se o tempo não bastasse pra girar o mundo?
E se o pesar dessa escolha machucasse menos?
E se todos os barulhos só ficassem turvos?

E se tudo que eu não fiz me prender no futuro?
E se tudo que eu quiser quebrar meu rosto inteiro?
Eu não crio essa porra que eles falam tanto
E se todos os meus sonhos fossem verdadeiros? (Fossem meus mesmo)

De pouco em pouquinho, o hoje é mesquinho
Papo de outra vida? Eu nunca caí nisso
Sozinho eu crio, é um vício
Todas as possibilidades num só tiro

De pouco em pouquinho, o hoje é mesquinho (Me coloco em foco)
Papo de outra vida? Eu nunca caí nisso (Abro a lente um pouco)
Sozinho eu crio, é um vício (Sem sorriso óbvio)
Todas as possibilidades num só tiro (Não abro sem gosto)