Canto eu, canta você
Não me cante o malmequer
Só quero o bem, o benquerer
Cante por mim, canto por você

Canta aquele que nada viu
Canta aquele que tudo vê
Canta grã-fino e capiau
Repique de mão, viola de pau

No sertão de São Gabriel
Passa o rio tamanho do céu
Só não quer passar, passa não
O que passa o meu coração

Canto eu, canta você (...)

Noite limpa no céu de Irecê
Quem não viu ainda pode te ver
Quem não viu, quem nunca te vê
Perde o que não devia perder

No sertão da luz e do breu
Sai do chão uma dobra do céu
O anjo que me protegeu
Era ele, era São Gabriel!

Canto eu, canta você (...)

Noite limpa no céu de Irecê (...)

No sertão de São Gabriel
Anjos descem, descem do céu
São da noite e da luz do dia
Anjos de São Gabriel!

Canto eu, canta você (...)

[Passa o rio, deixa o rio
passa o tempo, na palma da mão
levo o rio, levo o tempo
E o que passa, no meu coração

Anjos descem, descem do céu
São da noite, de São Gabriel]
Anjos descem, descem do céu
luz do dia, de São Gabriel