Os flocos de neve caem

Em seu lindo rosto e

Ainda me lembro de

Sentir o calor do seu abraço

Tudo que eu vivi

Se foi em um instante

Quando não te vi mais ao meu lado

Em volta tantos corpos

Sangue e neve banham meu rosto

Afundar os punhos em mortos

Só me afunda mais no vazio

Veja-me em estado mórbido

Onde a doença é meu ódio

Choro ao lembrar de seu sorriso

Brilhando como fogos de artifício

Os meus olhos se escurecem

Ao ver essa memória se repetir

Saudades, crueldade

O que eu fiz pra essa vida tanto ferir

Meu coração?

E se eu falhar?

Vou continuar?

Irei suportar viver na escuridão?

Não posso lutar

Se só vou sangrar

Pois estou preso nessa maldição

Quando senti sua mão soltar a minha

Nunca desejei tanto que me levassem também

O tempo parou pra mim, eu só te peço que

Feche seus olhos pra não ver o monstro que eu me tornei

Sinto um vazio no peito

E nada mais preenche, nem a mais doce ilusão

Até um falso paraíso é insuficiente

Pra confortar essa angústia que se tornou minha prisão

Em pedaços

Me sinto

Como mil pássaros

Grito

Tão alto

Se ainda estou vivo

Tem uma razão

Mas eu sou muito fraco

Pra esse motivo achá-lo

Então uma máscara vi como solução

Mas nem mesmo escondendo consigo esquecer

Toda essa amargura que foi te perder

As trevas me atraem, sombrias me satisfazem

Mesmo frias fazem sentimentos desaparecerem

E elas vão me consumir pra que nada mais sobre

Como se a morte sorrisse pra mim

A dor de ver quem amo partir pra sempre

Não vou sentir

Porque uma parte dela ainda tá aqui

E mesmo que se passe o tempo

Será que um dia eu vou superar?

Memórias ainda irão me machucar?

Uma parte dela aqui sempre estará

Quando senti sua mão soltar a minha

Nunca desejei tanto que me levassem também

O tempo parou pra mim, eu só te peço que

Feche seus olhos pra não ver o monstro que eu me tornei

Nunca desejei tanto que me levassem também...

Feche seus olhos pra não ver o monstro que eu me tornei...