Fiquei confuso nessa escuridão
No labirinto encontrei suas mãos Foi Mal
Quando as verdades entram em colisão
Um amor erguido em troca da razão
Amor Policial

Dois anos de casados, era até quando a morte
Nos separasse e o destino quis mudar minha sorte
Tinha que ter notado, antes do passo dado
Joguei no dado e hoje somos divorciados

Quando amor pega sua visão cega
Prega a canção e sua noção toda se entrega
Ao mundo de ilusão, tudo tão surreal
Na caverna de Platão embriagados com o mal

É natural sonhar com juntos para sempre
Que sempre acaba e deixa cicatrizados doentes
Os entes; não se acostuma com toda sua frieza
De felizes nas mentiras ou verdades com tristeza

Feudos e realezas, duques e suas duquesas
Tudo resume em poder fama luxo e riquezas
Poderes nos afazeres e segundas intensões
Para sentires prazeres só em cinquenta tons de perversões

Te encontrei, confuso, em meio ao labirinto
Meu soldo no dia quinto sua paixão não justifica
As doses de absinto que tomo quando precinto
Que minha farda é só um cinto na prisão que vc busca

E ofusca minha visão vc em decúbito dorsal
Na razão de nietz estão além do bem o do mal
No Édem da ilusão sou Adão e a Maça
É seu corpo os seus lábios é uma vida sem amanhã


Fiquei confuso nessa escuridão
no labirinto encontrei suas mãos Foi Mal
Quando as verdades entram em colisão
Um amor erguido em troca da razão
Amor Policial


Tira até freud do caixão
Psicologia diz que é busca de proteção
Fundamento dessa paixão na falta de amor paterno
Que vira obsessão que descrevo no caderno

O som do inferno confundido com louvor
atração sexual confundidos com amor
Eu devia ter notado caso transfigurado
Era um recipiente vazio mal acabado

Tentativas de abrações e braços se perdem
Se cruzam meio a rastros só o sexo entorpece
Perdido em suas curvas para verdades ter mordaças
Ciúmes sem ter censuras loucuras e ameaças

O sabor desse teu beijo emoção dos orgasmos
Fez com que meu desejo transformasse em espasmos
O poder de quando vejo entre todos outros casos
De mentiras que farejo mais com o amor vira descaso

Eu devia ter notado que todas as suas aventuras
De prazeres giravam em torno de viaturas
Em torno de fantasias no entorno desses quarteis
Mas sua pele macia me fez cego aos seus pés

Meu ego em decibéis olhando fotografias
Coturno ainda nos pés deitado numa cama vazia
No dedo marcas de anéis que usei nas honrarias
De noivado e seus papéis casamentos fantasias

Eu não te culpo por nada
Nessa cilada eu não cai
Simplesmente me entreguei
Jovem demais
Me deixei levar

Fiquei confuso nessa escuridão
no labirinto encontrei suas mãos Foi Mal
Quando as verdades entram em colisão
Um amor erguido em troca da razão
Amor Policial