A história não mente desde os tempos da corrente minha gente meu espelho meu presente
Preto presidente o outro é o que se vende ´
Ele mente para você sorrindo na TV Brasil finge não ver
e diz que é mestiço, mas basta ter a pele escura e você corre o risco
Tamo aí para somar suar, cantar o amor
E se não toca som de preto tem que tocar o terror hé!
Polícia pá pá quem precisa se eu não for ligeiro minha cota de bala é garantida
Cota para estudar não é esmola é um reparo de séculos de opressão isso vai te custar caro
Convocação geral fecha os punho e levanta que os nossos ancestrais tenham orgulho tipo Wakanda
Hoje em dia é uma pena escravos do sistema eu não sou Zulu, Zumbi, problema na cena
Inimigo público número 1 raio negro
Heróis da periferia sem máscara e segredo
Meus manos em ação contra o racismo aqui é sério
Se tiver que atropelar vai ser nós quer o nosso império

Seu Laroye é Mojuba
Quebra toda corrente e leva embora o bela oya
Eparrey Iansã
Fui escutar quem vem de lá
Entende o pq minha cor da pele é vista como a má
Salubá Nanã
Muita atenção até quem só desfruta, já penso ?
Quantos morreram pela causa, e a busca, não cessou
Descolonizo um pensamento em prol do que luto
O lugar de fala de quem viveu pra ver, e o do opressor
Pra nóis cria a fissura, não basta só argumento
Antes senzala hoje favela, sem ressarcimento
Quem trampou na cocha, fez muito telhado
Corrijo expressões racistas só nunca o passado
De um antepassado, enquanto uns fala pra mim que tão ligado
Que imaginam, deve se foda neguim
Não entendem, mais um dia eu espero que sim
Talvez quando as bibliografias sejam negras,
We Can Win!

Esse mundo é pouco pra mim
Sua grana, sua jóia esse jogo é pouco pra mim
O que vocês tem pra oferecer é pouco pra mim
Sou o elo de intersecção entre o passado e o futuro
Quem sabe pro que veio não para no meio só no fim.
Sem se ludibriar, parça o Rap é o drible
De quem empunhou a caneta
Ao invés de empunhar um calibre
Equilibrando ódio, tristeza, saudade e dor
Entre as verdades do universo e as contas pra pagar.
Sei que querem me apagar, mas hoje não, passa amanhã.
Fogo negro, gone xam, chama a chama do xamã.
Sua repressão não me intimida
Já não somos como antes
Alotrópico igual carvão sob pressão vira diamante bruto.
Extraia força da sua raiva, maloca.
Meu punho cerrado é resistência mas também troca.
Aliás, há mais um fato a considerar nesse relato
Devia me agradecer podia te matar e não mato.

É a boca do vulcão no inferno racista
Atropelo se tiver pista, fogo nos fascista
Transforma lixo em ouro puro, negro alquimista
Não pago pra Deus branco irmão nunca dizimista
Nasci um ativista
Sandrão rima santa
Schindler na lista branca
É a cabeça na lança
Os ancestrais os preto de Atlântida em combate
Derrubando a constelação, conspiração iluminatii
Atrás do quadro negro a mira, jogo sujo
Conceito de apartheid cria muros, pensamentos obscuros
A arca da aliança é guardada na Etiópia
Onde os céus deixaram as crianças sem respostas
Discriminação é o cão, falaram que era só uma cor
Nunca passará em vão maquiar a dor
Nessa terra todo dia, novo dia é um testemunho
Sua história não é um rascunho, vai, levanta o punho!