O pátio da minha casa,
(sombra boa e bem cuidado)
tem mates pra quem se achega
e um adeus bem guardado…
É lugar de calmaria,
mas às vezes, chovedor,
deixando o céu tão escuro
feito o “não” de algum amor.
O pátio da minha casa
– florido na primavera –
vai perdendo folha a folha
até parecer tapera…
E bem cuidado que é
se desprende de retovos,
varrendo toda tristeza
pra se ver limpo de novo.
O pátio da minha casa
cheio de boa intenção,
por muito pouco se tranca
na grade do coração;
não fosse ter pela vista
a busca da plenitude,
não mudaria o semblante
Antes que o tempo nos mude.
O pátio da minha casa
tem aromas de tão longe,
uma paz que até parece
emprestada de algum monge;
tem canções e assovios
com sorrisos de alegria,
e um abraço de amigo
que eu preciso e nem sabia…
O pátio da minha casa
(caminho de ida e vinda)
sabe onde a vida começa
e onde a morte se finda;
sabe das preces que faço
e todas dores que tenho,
sabe de cada viagem
e das distâncias que venho.
Este lugar que lhes falo,
– boa sombra e bem cuidado –
é cheio de amor e sonhos
e algum adeus bem guardado.
O pátio da minha casa
fonte maior da essência,
é a alma presa ao corpo
que se vestiu de Querência.