Por gosto encilho um bragado
-Bem tosado e cola atada!
Pra ser a imagem do pago
Se repetindo na estrada

Sou destes de canto e farra
Que anda livre pelo mundo,
Levando dentro da alma
Candeeiros de mil surungos!...

Carrego noites e idiomas,
Olhares de outras fronteiras
E romances aromados
Com flores de lua cheia...

Algum coração de china
-Pitanga em Beijos golpeados
E as madrugadas de rancho
Na anca do meu cavalo...

Por gaúcho e peão mundeiro
Meu destino é cruzar pago,
Os caminhos vão moldando
A estampa que hoje trago

O tempo meu deu conselhos
Não estafo mais meus pingos;
Se me agrada de desencilho
E fico até o outro domingo…

Sou da templa dos terrunhos
Que fogonearam o passado,
Quando a D’alva era o sinuelo
Pra quem vinha desgarrado

Meu rastro, destino errante
Contrabandeava querências...
Tocando os sonhos por diante
Arrocinando a existência

No meu pala trago um tanto
Dos rincões por onde andei,
E uma gana caborteira
De aprender o que não sei...

Um dia clavo morada
Descansando o par de esporas,
E Risco do repertório
Os anseios de ir embora!

Por gosto encilho um bragado
-Bem tosado e cola atada!
Por gaúcho e peão mundeiro
...Um dia clavo morada.