Durma
A noite suave e grande anda com passos de lá,
de luar, de penugem, de nuvem
Durma...
Em seu corpo alvo e nu
vem roçar as asas um ar de jardim gigante
É tarde
Durma, sombra dos meus olhos
como não há arvore
que molhe os teus sonhos
nas minhas lágrimas
não esperando o milagre
mas sentindo que o mal e o bem
são uma única e mesma bênção
Durma...
E pense que eu não sou no mundo
mais do que o silêncio
este silêncio que vence o meu corpo todo
e brota no seu corpo e o envolve todo