De uma coisa sei nessa vida
E tenho certeza,
É que um dia eu vou morrer
Mas ignoro porque não saberei evitar
Talvez a morte tenha muito mais para nos revelar

Do que em vida
Quando meu corpo pálido estiver
Pronto para se desfazer
Com minhas cruzadas
Passam entre o peito

Quem sabe se a lama que hoje me deito
Dará flores para vocês, vivos
Quando se chora a morte de um amigo
Ou daquele parente querido
É só a prova que na terra teve algum sentido,

Que em vida nos deu muito amor e alegria
É a mesma que nos faz chorar a sua ausência
Aquela dor que fica no peito
Não vai embora
Não vai embora

Quando a morte chegar
São só lembranças que vão ficar
Quando a morte chegar
São só lágrimas à beira-mar

Quando a morte chegar
São só lembranças que vão ficar
Quando a morte chegar
São só lágrimas à beira-mar

A mesma morte que leva aquele que amamos,
Também me levará quando eu partir
Não chore porque não irei ouvir
Não peça desculpas porque não vou conseguir perdoar

Não dê flores, pois jamais irei agradecer
Mesmo que grite
Chore seu lamento
Não vou escutar
O que tiver que fazer, faça em vida
Que amanhã pode ser tarde demais

Um dia a morte vai chegar
Ela é inevitável
O que passou, passou
Não voltará jamais

Caixão
Velório
Sete palmos abaixo da terra
Não importa se era rico
Pobre
Negro ou branco

Um dia ela vai chegar
É só lembranças que vão ficar
De quem se foi para nunca mais voltar
Para nunca mais voltar

Quando a morte chegar
São só lembranças que vão ficar
Quando a morte chegar
São só lágrimas à beira-mar

Quando a morte chegar
São só lembranças que vão ficar
Quando a morte chegar
São só lágrimas à beira-mar