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Paroles de Anseios de um Desgarrado

Interprètes José RamborPedro Júnio da Fontoura

Paroles de la chanson Anseios de um Desgarrado par José Rambor lyrics officiel

Anseios de um Desgarrado est une chanson en Portugais

Há muito que conto estrelas
nas noites de solidão.
E as cordas do meu violão,
dedilhadas nas pousadas,
deixaram nas madrugadas
ecos de prima e bordão.


Um dia os olhos de moço,
buscando o longe da estrada,
enxergaram noutras terras
o que os braços campesinos
não colheram por aqui.


E foi num upa que me fui a exmo,
beber distâncias, repontando o vento,
abrindo as asas, descobrindo o mundo
e o preço alto dessa liberdade.


Gastei meus olhos de moço,
campeando sonhos sonhados
por entre campos alheios
e trilhas que se perderam
sem ir a lugar nenhum.


Fui sempre um estranho andejo
nos pagos que percorri.
Pra quem anda por aí,
são raros os companheiros
e os abraços verdadeiros
dos irmãos da mesma cepa.


Riquezas, juntei algumas,
todas elas materiais.
Comprei as chinas que tive,
que nunca me compreenderam,
e as querências adotivas
mal e mal me conheceram.


Me prolonguei nas andanças
por vergonha de voltar.
E misturando matizes,
sem nunca criar raízes,
na ânsia de desgarrado
sinto me afundar o peito
e os olhos empapuçados,
quando escuto uma cordeona.


“Voltar é como morrer...
...render-se como um covarde”
Quem sabe a tal de saudade
é um sentimento dos fracos,
que se amedrontam por pouco?


Mas quando as noites de insônia
me varam as madrugadas,
o pensamento descampa
de volta, no corredor,
cantando cantos antigos
timbrados no coração.


Ouço ecos galponeiros
com tiritar de chilenas
e relinchos de cavalos.
As narinas inconscientes
se alargam como querendo
sentir o cheiro da lenha
queimando nas labaredas
do fogão do meu galpão.


Se um dia eu puder voltar,
quero voltar num inverno,
quando o pago é mais gaúcho.
Pra ouvir o vento cantando
na pauta dos aramados,
enquanto as brasas se agrandam,
nos borralhos galponeiros,
para aquecer as cambonas.


É quando as sombras da tarde
alongam ranchos e cercas
na mansidão da campanha.
Os dias deitam mais cedo
e o pasto se encolhe todo,
aos laçaços do Minuano
e os golpes do Vento Sul.


Ah! Meu Rio Grande, minha querência
já me vale, pelo menos,
ter um pago pra voltar.
Com rancho e galpão campeiro.
e a vocação centenária
de palmear cuias de mate
e ficar olhando os bichos.


Enquanto a volta não chega,
trago o Rio Grande na estampa,
no sotaque e no cantar.
Renovando, a cada mate,
o sentimento terrunho
e a certeza de que ainda
somos os grandes herdeiros
desta querência gaúcha!
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