Por prazeres momentâneos eu quase fui de base, tive uma vida miserável, e eu não queria estar ali, me encontrei em um lugar, o santuário, onde os fracos não tem vez

Eu tento ficar quieto, no meu canto isolado
Eu tento me focar no meu treino, tô calado
Meu boné esconde o rosto evitando seu contato
Se não olho pra você é pra não vir colar no papo
Me sinto ofegante, ao fazer mais uma série
Não contei nem um instante, e isso me difere
Das pessoas normais, não é nada pessoal
Mas vivo isso aqui, pra mim já é normal
Moldado pelos ferros, fiz da vida um desafio
Infernal na tempestade a deriva “num” navio
Me desdobrei “num” oceano que parece um vazio
Remar no sangue pra viver, me fez um homem frio
Hoje dedico meu espaço, somente para mim
Hoje eu olhei naquele espelho, dizendo assim:
" Hey Jack se liga, você me prometeu
Ficar grande ou morrer, “cê” nunca se escondeu”
Sigo anti-social, com a cara bem fechada
Não faço por maldade, mas odeio "essa fachada"
É muita falsidade, mó teatro e eu tô fora
Pego a minha bolsa, vou pro treino que é hora
E lá me sinto bem, até parece utopia
Sentir dor pra ser alguém, me deixa em euforia
Já tentei ser sociável, no barzinho com você
É tanto fingimento, que parece o BBB
E foi um gole do veneno que me fez chegar aqui
Um pouco do passado, que me fez chorar de rir
Ou rir até chorar, não queria estar lá
Ansioso ao extremo, não é esse meu lugar
Marcas em um rosto, que mudou durante a vida
O olhar que já foi puro sem defesa, ja revida
Não demonstra mais fraqueza ao contrário intimida
Um corpo trabalhado que ninguém jamais duvida
Um jogo essa noite, pra tentar me acalmar
Amanha acordo cedo, meto o cardio e vou treinar
Já me chamaram de careta, por negar a dar um trago
Minhas drogas são outras, não me deixam retardado
Deixo de lado, respeita, cada um no seu quadrado
Ignorei seu argumento que pra mim ja ta errado
E não adianta perguntar, qual é minha receita
Não te dei intimidade pra chamar nessa b0c3t@
Tosse seca me acordou, palpitando algo estranho
As vezes tenho isso, limpo a mente no meu banho
E o médico dizia, que eu devia maneirar
E eu me perguntava, se eu devia ignorar
Uma bomba um estopim, sim sou eu, sou assim
Pavil curto admito, invocado mas enfim
Quantas vezes minha lágrima, camufla no suor
Várias vezes eu treinando, com a garganta dando um nó
Não deixei de vir treinar, eu não faltei nenhuma hora
Não deixei de supinar, mesmo querendo ir embora
Pois nessas horas me encontro, e assim me sinto bem
Por incrível que pareça, algo bom alí me vem
Minha mente entra em transe, adrenalina vai a mil
Dentro da minha cabeça, algo que você não viu
Sigo e foda-se o padrão, meu estado já é crítico
Não te pedi opinião, já é algo meio místico
Não faço parte de grupinho, pra dançar no tiktok
Não entrei no seu joguinho, preferia até a morte
Não vem fingir comigo, pra pedir treino e dieta
Se abrir a boca perto eu já mando ir a merda
E isso é pra todos, ou amigo ou parente
Vocês que viram agora, vão ver em dobro lá na frente
Uma dose do veneno, que controla algo mal
Bombado infernal, eu sou antissocial
Tempestade e chuva forte molda toda uma rocha
Cervejinha com picanha e seu shape tá uma bosta
Então porque vou importar com sua crítica parceiro?
O que “cê” quer de mim, é a fama ou é dinheiro?
Que tal vestir a farda que vesti pra ir pra guerra?
Que tal suar meu sangue quando eu pisei na merda?
Agora entende meu caráter que ignora seu palpite?
Infernal, oh pau no cu! Eu não tenho mais limite!